Poeta holandês Martijn Benders: as obras portuguesas

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Amanita 5: Ecos de um Enigma Silvestre

Posted on Abril 19, 2025 by admin

Amanita 5

Vamos voltar à história principal, ou melhor, à história dela – vamos seguir em frente!

Comecemos com este poema. Yevtushenko explora os temas do amor, da passagem do tempo e da experiência de estar em harmonia com a natureza. O eu lírico relembra momentos passados numa aldeia rural com sua amada, destacando a simplicidade e a beleza de sua vida cotidiana juntos. O amor não pertence aos cálculos da mente, e há um terceiro espírito presente, um espírito que circula ao redor do casal, voando com o amor deles.

### Acordar Então Era Como Sonhar

Acordar então era como um sonho solitário
nesta casa neste povoado,
pensando: hora de sair para colher cogumelos,
bagunçando seu cabelo para acordá-la,
beijando seus olhos até que se abrissem,
tudo isso cada dia uma nova descoberta.
Ficamos mais um mês no povoado,
jardins, chilrear de pássaros,
os caminhos da relva entre o trigo,
o ranger tenso do soalho sob nossos pés.
E quando cortamos o girassol ao meio,
não houve necessidade de explicações.
Quando pressentimos o amanhecer
e corremos até o rio
(peixes beliscavam seus pés naquelas margens),
não havia espaço para perguntas complicadas.
No início não pareceu um mistério
além da explicação humana
que você estava ali, sonhando ao meu lado.
Achei que era justo do destino
que toda manhã fosse um encontro marcado contigo,
que nunca poderia ser rompido.
E como me iludia
achando que nada em você me seria estranho.
Você não pertence aos cálculos da mente,
e cada uma das minhas provas você desmentia,
pois ser o inesperado é sua verdade.
Você vinha até mim nunca como eu já sabia,
nunca nos dias repetidos e familiares,
mas novo começo e nova surpresa tua.
Não houve conflito naquele voo zumbidor,
e mesmo assim havia uma presença
girando ao nosso redor em círculos,
voando conosco e nos medindo.

*

Yevgeny Yevtushenko

Herstory (Capítulo)

A gênese desta história começou no primeiro ano da pandemia de coronavírus. Minha esposa Veronique e eu, recém-casados na época, vimos nossos planos de lua de mel frustrados. Então decidimos embarcar numa viagem única de descoberta pelo reino das plantas e cogumelos.

Num dia de outono, enquanto caminhávamos pelo campo de Leeuwenhorst, uma criança pequena se aproximou de nós com uma descoberta.

— Moça, vem ver! Achei um cogumelo!

Intrigada, Veronique seguiu a criança, e ele mostrou a ela um magnífico exemplar de Amanita Muscaria.

Ficamos fascinados por esse cogumelo estranho e voltamos no dia seguinte para colhê-lo. Naquela noite, preparei minha primeira xícara de chá de Amanita Muscaria e fui surpreendido por seus efeitos peculiares: vi uma menininha saltar de algum tipo de portal dimensional, agarrar-me e me puxar para dentro. Passei a noite inteira em um tipo de modo elevado de comunicação com os espíritos dela, recebendo toneladas de informações, por assim dizer — mas se me perguntar o que aprendi naquela noite, eu não conseguiria te dizer.

Tudo o que sei é que fui puxado por um portal e passei a noite num estado do tipo nem uma coisa, nem outra, comunicando-me com algo. Esse é um relato extremamente superficial do que aconteceu, mas o fato de eu ter conseguido fazer isso só foi possível porque eu tinha ao menos algum poder pessoal: se não tivesse, não teria lembrado de nada. Poder pessoal é sempre a chave quando se trata dessas experiências.

Nas semanas que se seguiram, enquanto caminhávamos pelas Waterleidingduinen perto de Amsterdã, deparamos com uma abundância desses cogumelos e os colhemos com entusiasmo. Outro efeito desse cogumelo é o que passou a ser conhecido como a experiência da Alice no País das Maravilhas, na qual tudo parece enormemente grande ou estranhamente pequeno.

Notei esse efeito também, quando consumi grandes quantidades deste cogumelo. Ele distorce o tecido do tempo e do espaço, revelando que essas duas entidades estão essencialmente entrelaçadas.

Isso me levou a considerar a possibilidade de que as antigas lendas sobre gigantes pudessem estar ligadas ao uso desse cogumelo. E assim embarquei numa jornada para descobrir a história deste cogumelo extraordinário e compartilhar minhas descobertas com você neste livro.

Este é um poema do poeta tcheco Vitězslav Nezval. O poema é uma exploração lúdica dos diferentes tipos de cogumelos e suas características únicas. O título Idade de Ouro refere-se a um tempo de prosperidade e realização cultural, e pode ser uma referência à importância dos cogumelos na cultura e folclore tchecos. O poema destaca o aspecto trapaceiro dos cogumelos.

### Idade de Ouro

Toc, toc, toc,
achei cinco cogumelos,
o primeiro era um cogumelo,
tinha um fio dourado,
o segundo era uma raposa,
há uma despensa cheia deles,
o terceiro era uma colmorila,
joga fora, joga fora!
o quarto era um tetraz,
que valentia a tua!
o quinto era um cogumelo,
eu devia ter olhado melhor!

*

De: Amanita Muscaria – O Livro da Imperatriz / Martijn Benders, De Kaneelfabriek 2023

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Category: Diário literário

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