Desaparecidos nas Férias
Faltam dois dias. Pãezinhos com carne assada caseira, banco de trás escaldante. Don Williams no estéreo, o grande livro de férias no colo.
A Grande Viagem está para começar.
Meu pai era um homem da Ford. Depois de um DAFzinho no fim dos anos sessenta, foi Ford, Ford, Ford e mais Ford. Até que ele resolveu comprar uma van Renault, que acabou sendo uma fonte interminável de problemas.
Sempre pensei que meus pais acabariam desaparecendo juntos durante uma viagem interminável — uma bela morte — mas a realidade, infelizmente, não é tão romântica.
Encontrei ainda um artigo antigo do jornal ED em que minha mãe, em sua luta contra os caçadores locais, se apresentava como uma esportista diária, com uma história de como ia caminhar três vezes por dia na trilha do bosque com um grupo de amigos. E sei que ela jamais pisou naquela trilha sequer uma vez.
Mas isso fazia parte da batalha. E será que ela venceu? Acredito que sim. Afinal, ela estava completamente certa: aquele bosque não é lugar para caça.
Consegui vender minha cama.
Continuo recebendo versos sussurrados, mas por agora estou usando-os para músicas.
Inacreditável como não existe uma música country chamada Call me the rascal of Alaska.
Esse disco do Kroes vai ficar superbacana.
Ontem vendi minha segunda camiseta. E passei a tarde fazendo esse chapéu de pescador bordado muito especial, com uma versão moicano-arco-íris-calimero do Cuck the Fanon merchandise.
Sim, bordado de verdade, não impresso.
À venda aqui:
No ano que vem pretendo expandir a loja com produtos realmente bons — agora que não bato mais na porta do Letterenfonds, é preciso tornar isso um pouco mais comercial — mas de um jeito que me dê prazer. Todos esses anos de experiência como designer não foram em vão.
Aliás, mesmo em viagem continuarei escrevendo, então vocês provavelmente não notarão muita diferença, a não ser que os textos terão um pouco mais de formato de diário. Um ótimo fim de semana a todos!
Saudações,
Martinus Benders