Eens / Não Escrevo Mais Poemas de Amor Eens Edip Cansever Traduzido por Martinus Benders Esse “um dia” parece ter-se entranhado em ti como um vidro embaçado – nada é visível, mesmo assim te observa do lado de fora. Subida, descida, por planícies, por curvas, cada luz reflete algo dele em ti, uma lâmina deixada…
Não saber quem é o traidor
Não saber quem é o infiltrado Até que ponto, em uma Geheime Dienstocratie, um movimento de oposição representa realmente uma “Oposição Controlada”? Essa é uma questão essencial. Acredito que, na prática, podemos afirmar que a verdade sempre se encontra no meio – uma parte do movimento é autêntica, mas há infiltrados que controlam tudo e,…
Os Fantasmas que Dançam em seus Cílios
Oi OiOi, trabalho. Oi, bela cadeira cheia de trabalho. Oi, abajur.Oi, post-it, oi, teclado maluco. Oi.Oi, chefe. Oi, belo chefe cheio de trabalho. Oi, cópiado chefe, oi, cópia da cópia. Oi.Oi, internet. Oi, bela internet cheia de dinheiro.Oi, mecanismo de busca, oi, Martijn.Oi.Oi. Oi, pausa. Oi, bela pausa cheia de heróis.Oi, homens da pausa, oi,…
Uma Grande Antologia
Uma grande antologia Tomei a decisão de criar uma grande antologia na qual traduzo os melhores poemas turcos que consegui encontrar. Por ora já polemizei o suficiente aqui – minha ideia inicial era encerrar com o Piranha, aquele livro já expressa suficientemente bem minha opinião sobre o mundo das letras em língua neerlandesa. Está quase…
Como o Medo se Candidata a uma Surra
Distância O que fazem com ela, hoje em dia —cidades globais construídas à distância,relações mantidas por controle remoto. Sufocantes são os mundos ideológicossem nenhuma escotilha de fuga.Incômodos, os óculos do amorque tritura milhas como pó. Anseio por nova vida —vida contra o estar certo.Distância contra a mente abstêmia. Dá-me as casas em fila das estrelas,piscando…
Dormir para Despertar
Este artigo é baseado neste artigo holandês de Martinus Benders Dormir para despertar Não, Lodeizen nunca recebeu uma comenda da Rainha. Morreu aos vinte e seis anos de leucemia. Nós trataremos a vida nós trataremos a vida de maneira grandiosa como tratamos um assassino entre nós não gosto de arte que morre na boca do…
As Cidades das Batatas Fritas do Futuro
Por favor Por favor,nada de carecas em cadeiras de praia,com sobretudos Godard de segunda mão. O mais anônimo possível, por favor.Tudo fica pequeno perto da felicidade. Poupe-me dessa voz enferrujada de moralismo.Dessa calva polida fingindo perdão. Figura Conheces o contorno pontilhadoque uma mão de mulher traça em volta dum sorriso? Sabes o calafrio da morte,a…
Isso Não Merece um Título Tão Ardente
Este artigo é baseado neste artigo holandês de Martinus Benders Tu não colocas uma cara tão tensa ao lado disso, pois não? Pode-se argumentar que há algo de peculiarmente charmoso em escrever essas cançõezinhas infantis com um toque de demência precoce — canções que nunca conseguem dissipar a linha entre o infantil e o infantilóide….
Você finge que é uma pessoa
Cadáver Um observatório abandonado,presa no último gesto que lhe escapou. Prédio que todos evacuaram.Paisagem que nenhum olhar testemunhou. Na floresta febrildo planejamento urbano, ele alcançaa suprema alegria humana:assistir a música compassiva. Com política reluzente na massa.Com calor que não trai segredos. Cabeça-amassada Finges ser pessoa,mas és um comitê. Almas verdadeiras têm narizes quebrados. Quando falas,…
A Linguagem do Poder no Trabalho Sem Sentido
Este artigo é baseado neste artigo holandês de Martinus Benders Ontem vi uma publicação perturbadora feita por Pieter Omtzigt no X. Escrevi a seguinte resposta: ‘Como europeus, precisamos aprender novamente a falar a linguagem do poder’. Alguém pode dar um basta nesses burocratas empoeirados com suas fantasias infantis de super-heróis? Você cresceu com essa baboseira,…